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Tema 01 - ERA UMA VEZ
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ERA UMA VEZ...

ERAM UMAS VEZES...

ERAM N + UMA VEZES...

Era uma vez

uma boa história.

Tinha começo,

tinha meio e fim.  

 

Era uma vez

uma história boa.

Não tinha fim,

nem meio e começo.

Nem começa assim:

Era uma vez.

Era, foi, seria...

Será tal vez.

​​

Era tal vez a vez de um roteiro.

Original? Não tinha começo!

Adaptado? Talvez.

Assim é Era Uma Vez:

Eram Umas Vezes.

Eram N + Uma Vezes.

Será Tal Vez?

Era uma vez um roteirista que pegou um bonde andando. Um bonde chamado desejo.  A linha do bonde não tinha fim. Nem começo. E não era circular. Trajeto cíclico, não. Eterno retorno, também não. Era movimento constante, contínuo, só. E o bonde seguia, prosseguia. Muitos passageiros a bordo. Bonde repleto. Nos pontos de parada, nem sempre sinalizados, embarques e desembarques. Gente polida, que acenava em respeitoso cumprimento. Gente apressada, que mal olhava ao redor. Eram umas vezes que vazios entre uns e outros parecia haver. Mas, a uma pequena mudança de posição sentia-se, vez ou outra, como que um corpo não detectável ocupasse um espaço, fosse no interior, nos estribos ou mesmo nas cabines de comando da máquina, que o motorneiro consentia na inevitável invasão.

Ficava evidente ao roteirista a impossibilidade de fixar um ponto de partida para sua história. À medida que o bonde avançava dançando sobre os trilhos, impunha-se quase que uma percepção incontestável. Não haveria ponto de chegada. Nós, talvez. Conexões.  Meios, mediações. Começo e fim, não.

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